Amedeo Modigliani - Jeanne Hébuterne



      Disseram-lhe que apagasse o sorriso. Breve, previam-no. O amor é sempre feito de um raio de luz que se desvanece num tempo apertado, tão estreito como os abraços que lhe punham estrelas no olhar. Mal sabiam que o seu amor resistia a lábios cerrados e a olhos rasos de água. A luz habitava-lhe o coração, incendiando-a de dentro para fora. 
Nada breve, o sorriso. Nada breve, o amor.

      in, A vez da Maria
      Nota: Jeanne era esposa e modelo do pintor e escultor Amedée Modigliani (1884-1920) com quem casou em 1915, aos 17 anos, e ele 31. Nasceu uma filha e ambos passaram sérias dificuldades, pois o marido nunca conseguiu vender um só quadro para sustentar a família.
      De novo grávida, de nove meses, e em situação de miséria, sabendo da morte do marido por doença, suicidou-se, atirando-se pela janela de um quinto andar do modesto apartamento dos pais, da rue Amyot, em Paris.
      A partir da tragédia (e pelas mãos dos negociantes de arte que exploraram o caso), a obra de Modigliani valorizou-se e começou a ser adquirida por particulares, galerias e museus. Um destes retratos, por exemplo, foi vendido em 1998 por US 15 milhões de dólares. 

1 comentário:

Interessada disse...

Obrigada pela Maria, parece-me que já mencionada neste blog.

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