Era o meu coração que os soletrava.
Era, na jarra, além do malmequer,
espectral o espinho de uma rosa brava…
Era, no copo, além do gim, o gelo;
além do gelo, a roda de limão.
Era a mão de ninguém no meu cabelo.
Era a noite mais quente deste verão.
além do gelo, a roda de limão.
Era a mão de ninguém no meu cabelo.
Era a noite mais quente deste verão.
Era no gira-discos, o Martírio
de São Sebastião, de Debussy.
Era, na jarra, de repente, um lírio!
Era a certeza de ficar sem ti.
de São Sebastião, de Debussy.
Era, na jarra, de repente, um lírio!
Era a certeza de ficar sem ti.
Era o ladrar dos cães na vizinhança.
Era, na sombra, um choro de criança.
Era, na sombra, um choro de criança.
in, Infinito Pessoal
Nuno Júdice sugeriu este poema como o melhor poema de amor da literatura portuguesa.
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