sussurro muito baixinho que gosto de
ti. parece que não ouves, mas sentes. não é da voz que me saem as palavras, é
da alma e de mansinho, é a alma feita voz, reivindicando a sua percentagem de
condição humana. gosto de ti, e este gostar envolve-te em pedacinhos de
algodão, beija-te na testa, tacteia o teu rosto, passeia as pontas dos dedos
pela tua mão.
a minha alma hoje dá-se os direitos
do corpo, e quando estiveres a dormir, vai enroscar-se nos teus braços, num
aconchego morno. tu nem vais dar por ela, vais pensar que é um sonho e sorrir.
sou eu.
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